Aqueles sabe, que você nunca esquece.
A uns onze, doze anos atrás, minha família se mudou, meu pai tinha sido transferido, e como nossa vida não era o que se podia chamar de boa onde estávamos viemos embora, sem pensar duas vezes, sem nem mesmo olhar para trás.
Chegamos aqui, acanhados, não conhecíamos ninguém, exceto uma tia de minha mãe, nos mostrou uma casa, e ficamos lá mesmo, por falta de opção.
Meu irmão ia bem no colégio, já tinha amigos e tudo mais, foi quando um dia ele chega em casa e diz:
- Mãe, vou dançar.
Minha mãe atordoada fica imaginando, ''como dançar, meu filho tão envergonhado'', mais não falou nada, cidade nova, vida nova não é?!
Passou-se três anos depois dessa “revelação”, meu irmão, que minha mãe pensava que não duraria dois meses nessa tal de dança, estava firme e forte, e eu estava mais encantada do que nunca, viagens, competições, amigos, diversão, era só o que eu via.
Aos quatorze anos entrei no grupo, não dançava bem, não mesmo, mais me passaram por causa dele, “irmã do chorão, vai dar boa.”
Fiquei feliz, ia dançar, me divertir, viajar, e tudo mais, no começo era só isso, mais ai fui fazendo amigos, criando responsabilidades, vendo que sem ela já não seria mais a mesma vida, seria tudo sem cor, sem o brilho do palco.
Fiquei três anos apenas, entrei em outro grupo, mais já não tinha mais o mesmo brilho, muito menos a mesma cor, era tudo tão diferente, mais orgulhosa, não queria dar o braço a torcer, mais agora aqui posso falar.
Me arrependo de ter saído da maneira que sai, sinto falta, muita falta da minha dança, nunca vou esquecer os velhos tempos, por que toda vez que fecho meus olhos, eu vejo o quanto eu era feliz, e por causa de deles eu terei uma história maravilhosa a contar aos meus filhos, netos, bisnetos.
Obrigada, por tudo, e que a cada dia mais, vocês evoluem, e dêem chance a outras pessoas de criarem uma história tão linda quanto a que vocês deram a mim.
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