Rose.


- Um pouco. – respondi sem saber do que se tratava.
- Você se acostuma.
“Quem está falando isso?”
Levanto-me da cama e vou até a porta.
- Estou aqui, na varanda.
Viro-me, e vou até a varanda, abro a enorme porta de vidro, e vejo logo ao lado uma menina, devia ter uns 14, 15 anos, seu rosto era triste, mas muito bonita, morena, olhos verdes, os cabelos compridos, um pouco magra, mas ainda assim muito linda.
- Olá, quem é você?
- Sou a filha do dono.
- Hm, achei que não haveria ninguém aqui.
- E não tem, para aqueles que desejam isso, mas eu sou digamos que “aprova” dos feitiços que meu pai põe aqui.
- Feitiços? Como assim.
- Esse hotel está cheio, acredite, só que cada um vê esse jardim de um jeito diferente, alguns veem no, escuro com sombras horríveis, ou com um lindo sol, praias, florestas, tudo depende do que a pessoa precisa, o seu, posso dizer que é um dos mais belos que já vi.
- Obrigada, eu acho. – digo tímida – Então, tudo o que vejo aqui é coisa da minha cabeça, minha imaginação?
-Claro que não, isso tudo é real, pelo que tempo que ficares aqui é claro, e com o tempo, você vera outras pessoas, quando se sentires melhor, conseguirá se livrar do feitiço também.
Ela se levanta da cadeira olha para o relogio e sorri.
- Agora tenho que ir senhorita, estamos recebendo mais um hospede, até logo.
E assim ela se vai.

O Novo.



“Eu já estive aqui antes, nesse lugar escuro, vazio... Bom, pelo menos é aconchegante, confortável, um pouco frio e seco, mas eu me acostumo, não é tão ruim.”
-Tem certeza que quer ficar?
- Claro, é o melhor que tenho por enquanto.
- Estás certa já estivesses aqui, só não se lembras da estadia, não foi muito boa.
- Pois é, mas agora não tenho para onde ir, então, ficarei com o quarto.
- Como desejar Senhorita, estarei por perto se precisares de mim.
Aconcheguei-me na enorme cama com veludo vermelho,olhei ao redor, as paredes todas pretas, janelas enormes, com uma vista linda, um jardim florido, mas vazio como tudo ali naquele lugar, abracei minhas pernas e fiquei ali por um tempo, observando.
Quando escuto uma voz suave: Silencioso aqui não é?

Ser Feliz.



Tentar o impossível, Falhar, por que nada é garantido nessa vida, crescer com a falha, Perder uma batalha, mas Ganhar uma guerra, aprender a Sorrir a Chorar, Gritar como se não houvesse ninguém escutando, Desejar o Sonho mais louco que temos, e fazer a coisa mais louca da vida, que é se permitir Amar, se permitir viver!

Ser Feliz! 


ps: Meu quarto, onde todos os dias acordo e vejo que sempre tem o amanhã, por pior que o  dia de hoje tenha sido!

Jardineiro.


“Do nada, olhei para uma flor no meu jardim, e pensei em você, engraçado não é? Então, vamos colocar assim, por mais que os anos passem e que a vida traga novas pessoas à nossa vida, você sempre será à flor do meu jardim. Amo-te!”

Engraçado você me mandar essa mensagem logo hoje, que me senti tão, fraca e vulnerável.
Parece até que você sentiu isso, eu sempre olho o celular pra ver se alguém se lembrou de mim, e quase sempre tem uma mensagem sua, dizendo que me ama, que sente saudades, mas a de hoje, foi sem explicação.
Você foi à pessoa mais especial que Deus colocou na minha vida, meu anjo, meu jardineiro.
Com você eu aprendi a viver, dês da terceira serie lembra?
Cada momento com você foi único, e nada nem ninguém nunca vai poder tirar isso de mim, nem de você, nossas musicas, nossas brincadeiras, nossas piadas, tudo isso vai ficar sempre guardado a sete chaves, e o único que terá elas será você, a vida pode passar o quão rápido ela quiser, colocar e tirar pessoas na minha vida, na sua, mas se pelo menos ela deixar você no “meu mundo”, isso já me bastará.
Tudo o que vivemos bastará pra mim, que venham mais dez anos, por que nada mudará o que sentimos, e nada apagara nossa história.
Meu jardineiro, que sempre estará aqui para cuidar do seu jardim.

Miss Solidão.



Minha vida nunca foi um mar de rosas, acho que a de quase ninguém foi não é?
Mas viver na solidão é triste.
Nunca tive um namorado, nunca tive amigos de “para sempre”, sempre brinquei sozinha, eu me acostumei a isso, criei um mundo meu, e só meu, onde uns vem olhão, alguns ficam mais tempo que os outro, mas sempre vão embora, nunca ficam pra ver como a “história” termina, nem o enredo do que se passa, apenas uma participação especial.
Não que eu não tenha amigos agora, eu tenho, e muito bons, que eu espero que sejam os do “para sempre”, mas nada é para sempre, eu prefiro pensar que sempre viverei sozinha a criar uma ilusão de que um dia casarei, terei filhos, amigos para sempre...
Eu fui destinada a ficar sozinha, a permanecer na solidão, e se é isso que ELE deseja é assim que viverei.
Só peço que não fiques com pena de mim, por que está tudo tão ruim assim, não tem por que piorar não é?

Magnetismo.


A ficha finalmente caiu, mas mesmo assim meu coração não quer ver, como se só o cérebro quisesse se livrar dele.

Ele me ama e não consegue viver sem mim, palavras ditas de sua própria boca, e é nisso que me agarro todos os dias, mas de que adianta isso se cada um interpreta de um jeito? Se ele se esvai das minhas mãos com habilidade.

Ele me abraça eu derreto, ele me olha eu derreto, ele pega na minha mão para brincarmos do “nosso” joguinho tolo, eu quase morro de amores.

Mas ao mesmo tempo eu olho para ele como meu velho amigo, que estará ali sempre que eu precisar, que me ama como irmã, que precisa de mim.

Somos como dois imãs na “geladeira de Deus”, quando separados não mostram atração alguma, mas quando juntos não conseguem se desgrudar.

Eu te amo com todas as minhas forças, disso eu estou segura e certa, só espero que eu te ame da maneira certa de agora em diante, como o melhor pedaço de mim e não como uma louca obsessão.

Lembranças.



De tudo o que vivi dentro da “redoma de vidro” a única coisa que sentirei saudades é do teu sorriso a me ver.
De todos me olharem quando você entrava pela porta de vidro, de suas roupas bregas, mas que em você ficavam perfeitas, de sua boina horrível, de seus olhares tímidos, de nossas conversas sem sentido que eu só puxava pra poder ouvir tua voz, de te ver sentado na praça sozinho e querer ir até lá e te abraçar.
Saudade dos meus olhos seguirem o teu corpo andando até mim, do sorriso bobo que você trazia ao meu rosto, do seu rubor quando alguém falava de mais sobre nós.
Saudade sem sentido essa, por que nossa “relação” nunca passou de uma conversa rápida nos minutos em que você tinha para tomar café.
Mas mesmo assim sinto saudades.
E de tudo o que passei na “redoma de vidro” a única coisa que valeu a pena foi ter te conhecido.