Dança.



De todas as artes no mundo a minha preferida é a Dança.
Você deve estar se perguntado: “Por que logo a dança?”
Vou tentar explicar...
Você ensaia, ensaia, ensaia, em dia de chuva, de frio, em lugar aberto, em lugar fechado, com piso de madeira, de cimento, descalço, com tênis, só de meia, de calça jeans, de moletom, leg... Leva esporo atrás de esporo do coreografo, passa infinitas vezes a mesma coreografia, não agüenta mais as pernas, a coluna, destrói com o joelho, e ainda não está bom.
Mais quando ele diz: ultima vez pessoal.
Você vai lá, tira energia de onde não tem e passa mais uma vez com toda a garra, levanta o grupo pra no final ele simplesmente dizer que de 0 passamos pra 2.
Mais depois de passar tudo isso, chega o grande dia, que é quando tudo vale a pena, você acorda de manha cedo todo animado, vai pro teatro, reconhece o palco, marca a coreografia, e fica o dia todo de molho, relaxando, rindo brincando... Quando finalmente chega a hora sua barriga está cheia de borboletas, não importa quantas vezes você já tenha subido no palco, irá ser sempre a mesma sensação.
As luzes se apagam, o locutor chama o nome do grupo, todos se preparam, e já começa os gritos de alvoroço de energia, de alegria.
As luzes acendem, a música começa, e você não sente mais nada, o joelho nem dói mais, a coluna berra pra você parar, mais você não consegue, a energia é tão contagiante que você fica elétrico, dança com toda a sua força pro meros 5 min, mais quando você “acaba” e as luzes se apagam novamente, ai, ai é que você sente que tudo valeu à pena, todos os dias de frio que passou as dores, as reclamações, às brigas, tudo vale à pena, por que quando você sai do palco e o publico aplaude de pé a sua dança, você sai aliviado, como se tirassem uma tonelada das suas costas.
Agora pergunta de novo, por que a dança.


E como controlar uma coisa que vem do nada, te atormenta, te consome por dentro, mais ao mesmo tempo em que ficas triste ficas feliz por isso?
Acho que nem um médico perito no “estudo” do coração saberia me explicar isso.

Cartas do futuro.


Minha Avó tem um dom, um dom que quase ninguém acredita.
Eu ao contrario sempre acreditei nela, sempre ouvi as coisas que ela tinha a dizer, sempre fiz o que ela me mandava fazer, sempre!
Ah, me esqueci de mencionar o dom dela, minha Avó é sensitiva, mais que isso até, ela tem um guia espiritual, ela é quase uma vidente. Rsrs.
Ela já fez muitas coisas ruins, mais muitas coisas boas também, por isso eu sempre acreditei nela, se ela fala pra eu fazer tal coisa eu farei.
Um dia, faz tempo isso já, eu de tanto insistir em ela “abrir” o baralho pra mim, ela finalmente “abril”, olhou, olhou, até que falou o que o tal guia estava mostrando.
Ela disse que eu iria casar cedo, que iria ser bem sucedida na vida, e outras coisas que não me lembro agora, eu fiquei muito chocada, e sempre levei isso comigo, acreditando com todas as minhas forças.
Eu sempre acreditei nela, e ainda acredito, mais o tempo passa, e nossa fé muda, e hoje em dia eu já não acredito com muita força nessas cartas que ela viu pra mim um tempo atrás.
Casar por exemplo, eu não pretendo, tenho dezenove e nem namorado tenho, já o meu futuro bem sucedido, isso eu que quero e vou conseguir, mais, não custa nada se “apegar” a uma coisa só para ter certeza mesmo que irá acontecer, mesmo não acontecendo.
Além do mais, meu destino sou eu quem faz não uma carta de um baralho qualquer comprado em uma loja barata, não é?

Seu dedos longos e Minhas mãos gordinhas.


Lembro a primeira vez que eu fui “fuçar” o Orkut dela.
Eu estava com ciúmes, por que todo dia ela comentava nas fotos dos meus amigos, e todo dia eles chegavam na escola falando dela, todo dia era a mesma coisa: “ ai vamos lá na Desa hoje?” ,” ai ontem fui na Desa...”, “ ai a Desa é tão legal...” e bla bla bla...
Já estava de saco cheio dessa tal de Desa.
Até que um dia antes de entrarmos de férias no meio do ano, ele vem todo animado com a notícia:
“A Andresa vai se transferir pra cá depois das férias.”

Passaram-se duas semanas, e eu finalmente iria conhecer a menina dos olhos grande, e vóz bonita que todos falavam.
O sino tocou e como ele sempre chegava atrasado não nos importamos em esperá-lo, entramos na sala, nos sentamos, e de longe ouvi a voz dele, estava conversando com alguém, meu coração já bateu mais rápido, é ela.
Quando eles entram na sala todos que a conheciam foram pra cima dela, cumprimentar, dar boas vindas, levaram ela até o professor e finalmente a vi.  
Pequena, com os braços longos as mãos mais lindas que eu já vi, o olho cor de licor mais lindos e grandes do mundo, o cabelo amarrado pra cima, em dois perfeitos cocs, como ela se auto denominava a pucca.
Linda, realmente, mais eu com ciúmes, não dei meu braço a torcer, me dirigia a ela quando precisava mais meu coração pedia algo mais. Sempre que batia o sito para a troca de aula, todos saiam e ela ficava por que não podia andar sozinha, ela sempre tinha que berrar para lembrarem-se dela, ela sorria acanhada, brincando, mais eu via que ela odiava quando faziam isso. O tempo foi passando, eu me habituando a ela, mais ainda assim tinha aquela parede bloqueando.
Mais um dia quando íamos saindo da aula de educação física, todos foram apresados pra fora, e ela ficou como sempre, mais naquele dia ela não precisou berrar, por que eu decidi pegar na mão dela e levá-la até a próxima aula.
Estendi minha mão, ela olhou pra ver quem era, sorriu tímida, eu sorri confiante, e quando ela uniu sua mão na minha, eu decidi que nunca mais ia solta-la.
Depois daquele dia, a tal parede, o tal muro invisível, sumiu, se foi, por que demos chance uma à outra, e com a convivência nossa amizade foi crescendo e se desenvolvendo.
Agora depois de dois anos, não largo mais a mão dela, agora ela é minha confidente, minha cura, meu exemplo de vida, minha modelo e minha melhor Amiga.
Eu Te Amo! E por favor, nunca mais largue minha mão.

Uma história dele.



Meu avô sempre me contava histórias de suas viagens pelo Brasil, ele era caminhoneiro.
E uma de tantas me marco, sempre me lembro dela, e hoje vou compartilhar com vocês.
Estávamos sentados a mesa na hora do almoço, e como sempre surgem histórias e mais histórias sobre o passado, o futuro, piadas, intrigas, tudo o que uma família faz no domingo de meio dia na hora do almoço.
E em um desses almoços ele começou a me contar essa história.
“Sabe Tatah, o vô sempre viajou muito, e nunca tive muito tempo pro seu pai, ele já avia crescido bastante estava no exercito nessa época, e eu como sempre viajando.
Um dia quando eu voltava de uma viaje eu vi de longe um milico (soldado), pedindo carona na beira da BR, e pensei comigo: vou dar uma carona a esse milico por que se meu filho estivesse pedindo carona eu gostaria que alguém desse uma carona a ele.
Paro o caminhão mais a frente e o milico vem correndo, ele abre a porta do caminhão de cabeça baixa dizendo Obrigada e tudo mais, e quando eu olho para ele era seu pai. Fiquei muito feliz quando vi que era ele, ele subiu na boleia e o levei até em casa, são e salvo.”
Parece até mentira contando isso não é? Mas não é uma história verídica, uma de muitas que meu avô já me contou, mais a de que mais gosto.
Obrigada Vô Gordo, por me deixar memórias tão lindas.
Eu Te Amo muito, e estou com saudades, mais eu sei que estarás comigo onde eu estiver.