Aquele garoto sabe? O de cabelos negros.



Já era a segunda vez que eu via ele, e já era a segunda vez que ele me chamava a atenção.
Foi pedir emprego onde eu trabalho, conseguiu, pra minha alegria.
Cabelos negros, rosto de criança, corpo de adolescente, voz de homem.
Seu sorriso me encanta, o som de seu sorriso me encanta, o jeito que ele olha pra mim, como quem quer dizer “posso perguntar seu nome?” e o meu sorriso em resposta diz “pode perguntar qualquer coisa.”
O perfume doce daquele veneno insuportável já está no ar, mais não vou bebê-lo, por que mesmo que um dia a pergunta do olhar dele passar para a boca, não passará de uma amizade bonita, com o cheiro mais leve mais confortável de se viver.

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